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Manoel de Barros (–2014)

Auteur van O livro das ignorãças

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Over de Auteur

Fotografie: Manoel de Barros

Werken van Manoel de Barros

O livro das ignorãças (1993) 43 exemplaren
Memórias Inventadas: a Infância (2004) 37 exemplaren
Livro sobre nada (1996) 32 exemplaren
Gramática Expositiva do Chão (1990) 19 exemplaren
Poemas Rupestres (2004) 15 exemplaren
Memórias Inventadas (2018) 15 exemplaren
Arranjos Para Assobio (2002) 12 exemplaren
Ensaios fotográficos (2000) 11 exemplaren
Birds for a Demolition (2010) 11 exemplaren
Retrato do artista quando coisa (1998) 11 exemplaren
Materia de poesia (1999) 5 exemplaren
Poemas concebidos sem pecado (1999) 4 exemplaren
O Encantador de Palavras (2000) 3 exemplaren
Livro de pré-coisas (2019) 3 exemplaren
Exercícios de Ser Criança (2000) 3 exemplaren

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Algemene kennis

Overlijdensdatum
2014-11-13
Geslacht
male
Nationaliteit
Brazil
Geboorteplaats
Cuiabá, Brazil
Plaats van overlijden
Campo Grande, Brazil
Beroepen
poet
children's book author
memoirist

Leden

Besprekingen

Manoel de Barros (1916-2014) nasceu em Cuiabá, mas foi criado numa fazenda próxima a Corumbá. Começou sua educação num internato em Campo Grande e, aos doze anos, foi matriculado no Colégio São José, no Rio de Janeiro - cidade onde viveu por trinta anos. Em 1937 publicou seu primeiro livro de poesia, Poemas concebidos sem pecado. Viajou pela Europa, estudou cinema e arte em Nova York. Em 1958, mudou-se com a mulher Stella e os três filhos para o Pantanal. Viveu um período de intensos e rústicos trabalhos para formar a fazenda; por isso, durante quase dez anos, pouco se dedicou à literatura. Nos anos 1960, vivendo em Campo Grande, foi premiado pelo livro Compêndio para uso dos pássaros e, nos anos 1970, voltou à cena literária com Matéria de poesia. No início dos anos 1990, sua obra poética foi reunida no volume Gramática expositiva do chão (poesia quase toda). A partir de então, conquistou vários prêmios importantes como o APCA, o Jabuti e o Nestlé de Literatura. Nos anos 2000, sua obra foi publicada em Portugal, recebeu prêmios internacionais e foi traduzida para vários idiomas. O livro das ignorãças revela uma sofisticada e expressiva arte poética. Nele, a erudição se faz presente para poetizar a fala do que é marginal ou fronteiriço à civilização, a começar pela própria natureza e a população de pequenos animais do ar, das águas, de alagadiços e umidades. Manoel de Barros se faz aqui mestre de si mesmo. Em contraste com a “educação pela pedra” de João Cabral ou com a “pedra no meio do caminho” de Drummond, Manoel constrói um novo lugar para sua poesia ao propor uma deseducação pelo musgo, pelo caramujo, pelo sapo. Uma deseducação pela prática metódica de sensações e estímulos. Seu universo poético, como os riachos do Pantanal, ramifica-se ao infinito, mas é dotado de forte consistência semântica, estética e ética. Alcança a “não função” da palavra ao fazê-la “delirar”, “voar fora da asa”. No tipo de metáfora que resulta daí, a palavra A não representa uma imagem B. Temos A B C etc. preenchendo buracos de significação, em sucessivas operações sinestésicas. Pois a sabedoria da ignorãça é justamente inventar ou revelar latências de sentido.… (meer)
 
Gemarkeerd
luizzmendes | Mar 10, 2024 |
Nestes poemas cativantes e divertidos, conhecemos um menino que carrega água na peneira e descobre as palavras, e uma menina avoada que brinca no quintal ao lado do irmão. Entre brincadeiras e reflexões típicas da infância, as personagens divertem o leitor ao mesmo tempo em que fazem uma homenagem à poesia, à fluidez da linguagem e à capacidade das crianças de imaginar cenas tão lúdicas nos mais singelos cenários.
 
Gemarkeerd
editora_sesimg | Dec 15, 2023 |
Línguas

Contenho vocação pra não saber línguas cultas.
Sou capaz de entender as abelhas do que alemão.
Eu domino os instintos primitivos.

A única língua que estudei com força foi a portuguesa.
Estudei-a com força para poder errá-la ao dente.

A língua dos índios Guatós é múrmura: é como se ao
dentro de suas palavras corresse um rio entre pedras.

A língua dos Guaranis é gárrula: para eles é muito
mais importante o rumor das palavras do que o sentido
que elas tenham.
Usam trinados até na dor.

Na língua dos Guanás há sempre uma sombra do
charco em que vivem.
Mas é língua matinal.
Há nos seus termos réstias de um sol infantil.

Entendo ainda o idioma inconversável das pedras.
É aquele idioma que melhor abrange o silêncio das
palavras.

Sei também a linguagem dos pássaros – é só cantar.
… (meer)
 
Gemarkeerd
Adriana_Scarpin | Jun 12, 2018 |
Todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para a poesia
O homem que possui um pente
e uma árvore
serve para poesia

Terreno de 10×20, sujo de mato os que
nele gorjeiam: detritos semoventes, latas
servem para poesia

Um chevrolé gosmento
Coleção de besouros abstêmios
O bule de Braque sem boca
são bons para poesia

As coisas que não levam a nada
têm grande importância

Cada coisa ordinária é um elemento de estima

Cada coisa sem préstimo
tem seu lugar
na poesia ou na geral

O que se encontra em ninho de joão-ferreira:
caco de vidro, garampos,
retratos de formatura,
servem demais para poesia

As coisas que não pretendem, como
por exemplo: pedras que cheiram
água, homens
que atravessam períodos de árvore,
se prestam para poesia

Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma
e que você não pode vender no mercado
como, por exemplo, o coração verde
dos pássaros,
serve para poesia

As coisas que os líquenes comem
- sapatos, adjetivos -
tem muita importância para os pulmões
da poesia

Tudo aquilo que a nossa
civilização rejeita, pisa e mija em cima,
serve para poesia

Os loucos de água e estandarte
servem demais
O traste é ótimo
O pobre-diabo é colosso

Tudo que explique
o alicate cremoso
e o lodo das estrelas
serve demais da conta
Pessoas desimportantes
dão para poesia
qualquer pessoa ou escada

Tudo que explique
a lagartixa de esteira
e a laminação de sabiás
é muito importante para a poesia

O que é bom para o lixo é bom para poesia

Importante sobremaneira é a palavra repositório;
a palavra repositório eu conheço bem:
tem muitas repercussões
como um algibe entupido de silêncio
sabe a destroços

As coisas jogadas fora
têm grande importância
- como um homem jogado fora
Aliás, é também objeto de poesia saber
qual o período médio que um homem jogado fora
pode permanecer na Terra
sem nascerem em sua boca
as raízes da escória

As coisa sem importância
são bens de poesia
pois é assim
que um chevrolé gosmento
chega ao poema
e as andorinhas de junho
… (meer)
 
Gemarkeerd
Adriana_Scarpin | Jun 12, 2018 |

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